segunda-feira, 8 de abril de 2019

40.1 - VATICANO ‘INVENTOU’ A PROPAGANDA E O NATAL

40.1 - VATICANO ‘INVENTOU’ A PROPAGANDA E O NATAL
HÉLIO SCHWARTSMAN
         Editor de Exterior!

      A religião sempre foi um mercado difícil. Assim nada é mais natural para as Igrejas do que apelar para a propaganda para conseguir mais fiéis. A própria palavra "propaganda é uma invenção da Igreja Católica. Em 1622, para coordenar o trabalho missionário, a Santa Sé criou a “Congregatio de Propaganda Fide” (Congregação para a propagação da fé). A palavra entrou nas línguas modernas com a declinação latina e o sentido de expansão ideológica.
       É claro que nem todas as religiões valorizam igualmente a publicidade. O judaísmo, por exemplo, nunca investiu nesta área. Não faz esforços para obter adeptos através da conversão. Funciona mais ou menos como o Banco Itamaraty. Prefere poucos e exclusivos clientes. Já catolicismo é com o Bradesco. O próprio nome “católico”, do grego “katholikós”, significa literalmente “para todos”.
      Aliais, é a Igreja Católica que se deve atribuir o mais genial golpe publicitário da história.
      Naqueles tempos difíceis do começo do cristianismo, quando o Deus cristão tinha de competir com uma plêiade de deuses romanos, babilônicos, germânicos e celtas, entre outros, alguém teve a ideia de fazer uma superfesta que juntasse o melhor das festas de todas as religiões. E assim inventaram o Natal, que tem boa aceitação no mercado de hoje.
      O primeiro ponto importante a decidira era a data. Como o Natal foi criado no século 4º d.C. e ninguém mais se lembrava quando Cristo tinha nascido, escolheram o dia 25 de dezembro para a comemoração. Não foi à toa: 25 de dezembro é o aniversário de Mitra, o deus luminoso da mitologia babilônico-assírio, cujo culto era extremamente popular entre os legionários romanos no século 4º. Pode-se dizer que o mitra ismo, à época, era o concorrente direto do cristianismo. De resto, a data, próxima ao solstício de inverno, coincidia com as celebrações de várias festas das culturas clássicas romana, germânica e céltica.
      Definida a data, restava emprestar certas tradições bastante populares para garantir o sucesso de marketing. Assim, o habito de trocar presentes no Natal é herança da Sartunália romana (17 de dezembro). Presentear crianças pobres era comum no Ano      Novo romano (1º de janeiro), da mesma forma que o costume de decorar casas. O uso de árvore e luzes em decorações são tradição céltica. Eram empregados no festival de Yule. Foi daí que surgiram as famosas árvores de Natal.
      Todos os sublinhados são meus.

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