40.1 - VATICANO ‘INVENTOU’ A PROPAGANDA E O NATAL
HÉLIO SCHWARTSMAN
Editor de Exterior!
A religião sempre foi um mercado difícil. Assim nada é mais natural para as Igrejas do que apelar para a propaganda para conseguir mais fiéis. A própria palavra "propaganda” é uma invenção da Igreja Católica. Em 1622, para coordenar o trabalho missionário, a Santa Sé criou a “Congregatio de Propaganda Fide” (Congregação para a propagação da fé). A palavra entrou nas línguas modernas com a declinação latina e o sentido de expansão ideológica.
É claro que nem todas as religiões valorizam igualmente a publicidade. O judaísmo, por exemplo, nunca investiu nesta área. Não faz esforços para obter adeptos através da conversão. Funciona mais ou menos como o Banco Itamaraty. Prefere poucos e exclusivos clientes. Já catolicismo é com o Bradesco. O próprio nome “católico”, do grego “katholikós”, significa literalmente “para todos”.
Aliais, é a Igreja Católica que se deve atribuir o mais genial golpe publicitário da história.
Naqueles tempos difíceis do começo do cristianismo, quando o Deus cristão tinha de competir com uma plêiade de deuses romanos, babilônicos, germânicos e celtas, entre outros, alguém teve a ideia de fazer uma superfesta que juntasse o melhor das festas de todas as religiões. E assim inventaram o Natal, que tem boa aceitação no mercado de hoje.
Naqueles tempos difíceis do começo do cristianismo, quando o Deus cristão tinha de competir com uma plêiade de deuses romanos, babilônicos, germânicos e celtas, entre outros, alguém teve a ideia de fazer uma superfesta que juntasse o melhor das festas de todas as religiões. E assim inventaram o Natal, que tem boa aceitação no mercado de hoje.
O primeiro ponto importante a decidira era a data. Como o Natal foi criado no século 4º d.C. e ninguém mais se lembrava quando Cristo tinha nascido, escolheram o dia 25 de dezembro para a comemoração. Não foi à toa: 25 de dezembro é o aniversário de Mitra, o deus luminoso da mitologia babilônico-assírio, cujo culto era extremamente popular entre os legionários romanos no século 4º. Pode-se dizer que o mitra ismo, à época, era o concorrente direto do cristianismo. De resto, a data, próxima ao solstício de inverno, coincidia com as celebrações de várias festas das culturas clássicas romana, germânica e céltica.
Definida a data, restava emprestar certas tradições bastante populares para garantir o sucesso de marketing. Assim, o habito de trocar presentes no Natal é herança da Sartunália romana (17 de dezembro). Presentear crianças pobres era comum no Ano Novo romano (1º de janeiro), da mesma forma que o costume de decorar casas. O uso de árvore e luzes em decorações são tradição céltica. Eram empregados no festival de Yule. Foi daí que surgiram as famosas árvores de Natal.
Todos os sublinhados são meus.
Todos os sublinhados são meus.
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